segunda-feira, julho 07, 2008

I Jornada do Património Mineiro. Comunicações (parte 6)

(continuação do artigo publicado no jornal Região de Rio Maior nº1027 de 13 de Junho de 2008 pág.8)




















QUADRO Nº3. PATRIMÓNIO EM CONTEXTO: COUTO MINEIRO.

(Foi, neste quadro, apresentada Carta do Couto Mineiro do Espadanal, procedendo-se à delimitação do jazigo e à localização e descrição dos diferentes pólos associados à actividade extractiva e industrial):

A actividade da Empresa Industrial Carbonífera e Electrotécnica legou um vasto repositório de evidências patrimoniais pontuando a extensa área concessionada. Menos visível que as grandes estruturas edificadas nas décadas de 40 e 50, um conjunto significativo de edifícios, distribuídos em três pólos fundamentais, foi erguido para albergar as diferentes funções vitais da extracção mineira.

Pólo 1. Espadanal – O pólo inicial, que dá o nome à concessão mineira, localiza-se no sítio do Espadanal, a cerca de um quilómetro dos limites da vila de Rio Maior. Ao longo de cinco décadas são diversas as estruturas que aqui se erguem e renovam em torno do Poço Mestre de acesso às galerias (aberto em 1916), contando-se sete edifícios destinados às funções de: Posto Médico, Refeitório, Escritórios, Direcção Técnica, Topografia, Administração, Oficinas de Serralharia, Ferramentaria e Apontadoria, Armazém, Carpintaria, Oficina Eléctrica e Garagem. (O conjunto das edificações foi demolido, após 1999, pela Câmara Municipal de Rio Maior).

Pólo 2. Bogalhos – Nas imediações de um segundo poço aberto no sítio dos Bogalhos, a cerca de 500m do pólo inicial, constituiu-se o sistema de drenagem de águas das galerias, associado a uma linha de água pela qual se processou o escoamento: a Ribeira do Aboim. Um conjunto de edifícios tomou forma neste espaço para albergar a Secção de Bombagem, a primitiva Central Eléctrica e Casas para Operários. (Deste conjunto restam apenas alguns vestígios após quatro décadas de ruína).

Pólo 3. Abum – O jazigo do Espadanal, formado por camadas intercaladas de lignite e diatomite, com extraordinária abundância deste segundo minério, permitiu o estabelecimento paralelo de uma segunda concessão mineira assumida pela EICEL, cuja actividade se viria a desenvolver no sítio do Abum – a vulgarmente denominada Mina do Giz.


A extracção de diatomite desenvolveu-se segundo dois métodos distintos: por escavação a céu aberto e através da abertura de galerias. Para infraestruturação da lavra e processamento do minério foram erguidos quatro edifícios destinados às funções de armazenagem, moagem e calcinação (fornos). (Este pequeno conjunto industrial, visivelmente arruinado, foi recentemente demolido pela Câmara Municipal de Rio Maior).

Em terreno localizado na área envolvente ao pólo do Abum, a empresa concessionária procedeu à edificação de estruturas para alojamento de operários que permaneceram habitadas por antigos mineiros e famílias após o encerramento das minas e até aos nossos dias.

Escritórios da E.I.C.E.L. no sítio do Espadanal. (demolidos)

Casas para habitação de operários edificadas a curta distância dos pólos dos Bogalhos e Abum.

(continua)


COMISSÃO PARA A DEFESA DO PATRIMÓNIO CULTURAL DO CONCELHO DE RIO MAIOR in Região de Rio Maior nº1028, de Sexta-feira 20 de Junho de 2008.

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